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Mãos que se cruzam, conexão e harmonia dos braços

Entendemos que um Kata tem em sua proposta o combate a curta distância, e também percebemos que precisamos de sensibilidade para com o nosso adversário, ou seja, precisamos de contato contínuo, podendo ser imposto dentro de manobras de controle, com uma ofensiva bastante agressiva.

Para isso, precisamos iniciar o entendimento sobre o fundamento de conexão, assimilando os conceitos bases, e desenvolvendo trabalhos para ganharmos agilidade para fluirmos de manobra em manobra.

O que se entende por conexão?

Simples, é usarmos nosso sentido de tato para auxiliar nossa visão.

Vamos pegar um exemplo, fique de frente para um parceiro de treino, em base neutra, ambos com as duas mãos levantadas, agora um dos praticantes irá tentar acertar um tapa leve na lateral da cabeça do outro, e esse, deverá bloquear o ataque desferido em sua direção. Agora vamos variar o exercício, onde a mesma configuração deverá se manter, mas nesse momento, os braços de cada praticante deverão estar ligeiramente encostados pelo antebraço, refaça o exercício e compare os resultados.

Se o exercício tiver sido feito de modo correto, você estará com uma conexão espelhada por fora, essa e mais as conexões espelhada por dentro, espelhada alternada, e cruzada, formam a base desse tipo de fundamento. (Note que o exercício Kakie é baseado na conexão cruzada, e os princípios são simples, independente de como o combate irá se desenrolar, sempre chegaremos em alguma momento, em uma dessas conexões)

Veja o video abaixo, note que todos os estudos partem de uma conexão espelhada por dentro.

(Repare que as duas mãos estão sempre trabalhando em conjunto e com harmonia)

Retornemos um pouco ao início de um treinamento de Karate, primeiros meses, iremos nos deparar com movimentos defensivos, executados de modo rígido e bem travados. Conforme a mecânica tiver sido assimilada, passamos a trabalhar com um tom mais real, considerando naturalidade dos movimentos e instinto, entenderemos de fato como receber o ataque de um oponente, e como proceder a partir dai. (Uke Waza, variação do termo japonês Ukeru, que significa “receber”, como já mencionado em outros artigos, nunca medir força)
Adicionando um pouco mais de tempo de treino, escalando para a unidade de anos, vamos entender que precisamos trabalhar com o nosso adversário dentro do nosso espaço de maior contundência, seja na curta ou na média distância, sempre em mente a questão de quebra de ataques e estrutura, aplicando controle, e desferindo movimentos de impacto.

De todo modo, reservei esse artigo para a ênfase em defesas, por isso vamos pegar agora movimentos com essa conotação.

Veja o video abaixo, a partir do tempo 0:31 segundos, podemos visualizar algumas situações instintivas que partem de mecânicas de defesas básicas. Respectivamente temos Nagashi Uke, Kake Uke, Age Uke e um trabalho conjunto entre Nagashi Uke e Kake Uke. (Observe o detalhe que o corpo inteiro está sendo recrutado para o exercício, seja movimentando ou abafando o adversário, fundamento muito importante presente em todos os movimentos dentro do Karate)

Entendermos essas premissas e conceitos nos darão um forte ponto de partida para desenvolvermos uma sólida habilidade de defesa e quebra de estrutura.

Falando rapidamente sobre ofensiva com uma ideia que costumo passar, uma mão possui um forte poder de ataque, todavia, conciliar o manejo das suas duas mãos, em harmonia, requer um maior treinamento e estudo, que será recompensado com um resultado devastador, seja para manobras defensivas ou ofensivas.

Veja alguns exemplos no video abaixo, a partir dos 0:27 segundos. 

Note quem tudo parte de uma conexão, e seu corpo precisa trabalhar em conjunto, para que você esteja apto a executar diversos conceitos.

Uma vez desestruturado, e devidamente controlado, seu adversário fica limitado a ações que já são previstas e facilmente contornáveis. Vale ressaltar que ele precisa estar sempre dentro do seu raio de controle, na curta distância, ele não pode ter brecha para importar um possível domínio do combate.

Todos os exemplos até o momento, em termos de artigos, possuem uma linha de raciocínio sequencial e estão voltados para o estudo de formas, bem definidos na curta distância.

Esses são os fundamentos básicos que inicio todos os alunos que querem se comprometer e dedicar mais tempo para o entendimento dos fundamentos presentes no Karate. (Gosto de dar como exemplo médicos, para que eles estejam aptos a realizarem um simples procedimento, quantas horas de estudo teórico sobre o assunto são necessárias?)

A partir de agora, irei trabalhar a partir de análises soltas, que estarão dentro de grupos como reforço muscular, combate em curta e média distância, a base de fato de como o Karate Forte é estruturado.

OBS: Quem tiver interesse que eu aborde algum assunto específico, basta deixar uma mensagem inbox dentro da página do Karate Forte, no facebook.