Por vezes me deparo com técnicas e visões divergentes de professor a professor, de praticante a praticante. Afinal, conseguiríamos estipular um padrão sobre assuntos mais específicos?
Acho que para chegarmos a essa resposta, todos teríamos de ter a mesma percepção, e o mesmo sentimento quanto a ideia do por que. Do por que as coisas são desse jeito, do por que foi pensado assim, do por que ninguém questiona o óbvio.
Pensemos, por que estudo uma arte marcial?
Quero aprender a me defender, quero melhorar minha coordenação, quero melhorar minha saúde, mental e física, todos que praticam tem um propósito. Resta saber se a arte marcial tem como atender esses propósitos, e claro, com muita parcialidade acredito que sim. A questão é o que a arte marcial “queria” de fato ser.
Eu consigo, por referência histórica, dizer o que as pessoas mais influentes tinham em mente ao praticar uma arte marcial, grandes mestres. Mas a arte como um todo, é bem mais antiga, bem mais fechada, e muito provavelmente, muitas ideias e conceitos chaves não sobreviveram tanto tempo, tantas gerações com objetivos diferentes.
Mas então, como entendemos seu propósito? Simples, olhando o que sobreviveu da arte marcial, em sua forma integra.
Um adendo, que quando me refiro a arte marcial, quero me referi a todas, a conversão de conceitos que todas compartilham.
Desviando um pouco o assunto, falemos sobre a natureza humana, antes mesmo de sabermos falar, andar, o que todos tínhamos em comum? Instinto de sobrevivência.
Choramos pela comida, porque mesmo sem pensar de modo claro, entendemos que é isso que acabará com a dor, fome.
Quando aprendemos a andar e começar a nos portar em sociedade, nosso instinto animal ainda prevalece, em exemplo crianças que entendem que precisam se sobressair as outros por meio de forma física, batendo, empurrando, mordendo.
A medida que crescemos, nossos instintos vão sendo controlados.
A questão é que a tantos anos atrás, ou confiávamos no nosso instinto, ou morreríamos. O Instinto que nos forçou a melhorar nossas ofensivas a fim de buscar o “prêmio” pretendido. O instinto que nos obrigou em aumentar a nossa agressividade, a nossa força, buscar formas, e criar padrões para machucarmos uns aos outros de forma mais eficiente.
O mesmo instinto, nos obrigou a não deixar ninguém nos machucar, nos obrigou a entender que um soco só iria acertar, se nos mantivéssemos a frente dele.
Então, precisamos entender que conforme as agressões foram crescendo e sendo melhoradas, as defesas precisaram ser pensadas e também melhoradas. Qual o padrão que criou e ligou ambas? Instinto.