Conhecemos hoje o Karate como uma disciplina que desenvolve o caráter, o espirito, e a saúde, envolto em fundamentos marciais de origem Japonesa.
Repetindo, é assim que conhecemos hoje, mas sempre me intrigou como chegamos a esse ponto, o por quê de praticarmos determinados exercícios, e termos em mente determinados fundamentos. A partir desse ponto, e de uma razoável vivência dentro da arte, comecei a procurar respostas, pesquisar, analisar, estudar, conhecer pessoas com os mesmos pensamentos e trocar ideias, enfim, uma jornada de pesquisa e provação do que era descoberto se iniciou.
Após alguns anos de estudo, a divergência de ideologia era clara, do que foi criado para o que conhecemos hoje. Uma arte herdada de outras artes, e que foi concebida da prática, tentativa e erro, sim, exato. E a cada novo fundamento provado e testado, novos se abriam, e esse simples modelo nos deu base para criarmos uma arte de combate que hoje chamamos de Karate.
Claro que muitos sabem, mas é sempre bom lembrar, que sua origem se deu em Okinawa, assim como seu amadurecimento diante de mestres renomados. O interesse Japonês sobre a arte veio muitos anos depois, que ajudou a padronizar, empregar seus conceitos marciais, e ajudar a difundir para o mundo como a arte que conhecemos. Mas com o avanço e treinamento em massa, perdemos muitos detalhes, muitas coisas foram modificadas e amenizadas.
Vou abrir duas questões, em qual cenário eu consigo garantir a qualidade de um treinamento direto, um professor para um aluno, ou um professor para cinquenta alunos. Outro ponto, como colocar uma arte de combate dentro de um sistema de educação, com novas faixas etárias, e preservar a conotação de combate?
Sim, respostas simples, mas com cenários complexos.
Hoje o treinamento se estende a diversas técnicas de combate que não estão presentes dentro das formas (Kata), no entanto, com muita certeza posso afirmar que as formas trazem tudo que você precisa para finalizar um combate livre. A questão é que o estudo de cada Kata é bem mais complexo, e requer prática, observação, e adaptação.
A parte mais difícil é chegarmos a um Kata sem modificações arbitrárias. Digo por isso, modificações sem sentido, pois a adaptação das formas é normal e constante, mas não em prol de plasticidade ou movimentos complexos. Acho que essa é a parte mais difícil, encontrar formas preservadas a ponto de fomentar o estudo dos movimentos.
Essa é outra certeza que tenho, muitas aplicações fantasiosas de hoje, se dão pelo estudo de formas modificadas e adaptadas de modo equivocado.
Enfim, por hora, finalizo essa ideia, e deixo uma questão. Qual a enfase do Karate que você treina? (Se ela diverge do que foi exposto no texto, está errado?)
5 Comments
Karate como forma de combate já é talvez uma ideia equivocada. Acredito que o karate deva ser pensado como uma resposta eficiente a uma situação. Tal resposta costuma ser anti natural, como são também os movimentos presentes no kata. Por isso vejo ineficiência em estilos que praticam kumite ou qualquer outra forma de combate que envolva regras pré estabelecidas. Claro que, por conta da necessidade de se ganhar dinheiro e pelas exigências do mercado, acaba sendo inevitável participar de campeonatos, que são sempre o domínio de jovens atletas. Para mim, karate não é uma arte de lutar, é a arte de responder eficiencetemente. Tal resposta vem das práticas dos katas tradicionais, dos exercícios combinados e, principalmente, da prática constante do makiwara. A prática correta do makiwara desenvolve um terrível poder, o atifa (ou atiha), que garante a eficiência da resposta a uma agressão.
André, você está certíssimo, mas não em todo seu argumento. Infelizmente com a maioria das escolas seguindo somente a parte financeira como você disse, é treinado apenas a parte competitiva ou filosofica, e a arte fica um pouco comprometida. Porém, existem alguns poucos grupos no mundo, e incluo o Karate Forte nisso, que tem o seu treinamento focado no Karate antigo, prático, visando eficiência. Não existem regras, e você é treinado fortemente em fundamentos de instinto e outras coisas mais. Enfim, são para pessoas que nem você, que já estão desiludidas, que esse blog tem o interesse de alcançar. Se for de seu interesse pesquise sobre nosso grupo, ou até mesmo venha nos conhecer. Adoraríamos que você conhecesse a nossa proposta, Oss!
Seria um prazer conhecê-los. Moro na Tijuca, no Rio de Janeiro. Onde seria o melhor lugar e qual seria a melhor hora para visitá-los?
Abraços cordiais
Maravilha, nossas unidades são na Tijuca e em Vila Isabel, se você já for um praticante com experiência recomendo a unidade se Vila Isabel.
Peço a gentileza de acessar nosso site, http://www.karateforte.com.br, onde você encontrará os endereços e o horários.
Ficamos no seu aguardo, Oss!
Obrigado!