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Agressividade

Um tema bastante controverso no universo do Karate, mas tenho por afirmação a seguinte ideia, defesas não ganham combate, sim, exato, a cada ofensiva do nosso oponente a nossa taxa de sucesso no combate cai drasticamente. 
Com essa afirmação temos a questão, Karate não é só para a defesa?
Vejamos o seguinte cenário, se você está preste a sofrer uma ameaça, o agressor não deixou margem para negociação, ou seja, haverá o conflito. Com base nisso você toma a frente da situação e resolve o combate, isso não caracteriza que você usou o Karate para sua defesa?
Em outras palavras, usar para sua defesa, não significa que você não possa tomar a ofensiva.
Como já mencionado no artigo de estudo de Kata, a maioria das aplicações estudadas hoje no Karate partem de uma postura defensiva, poucos consideram iniciar o combate. (Veja nosso artigo sobre estudo de Kata)
No entanto, onde muitos vêm movimentos defensivos, nós e alguns outros ao redor do globo, vemos movimentos para abrir brechas.

Como assim?

Simples, se nosso adversário possui seus ponto críticos totalmente desprotegidos, basta atacarmos ele de modo direito. Agora, se houver algo protegendo-o, basta abrirmos uma brecha e atacarmos de modo direito. (Sempre visando o máximo de ofensiva, usando toda nossa agressividade)

Segue um exemplo no video abaixo. (a partir dos 0:20 segundos)
Para falarmos sobre sermos bem ofensivos, é preciso diferenciar o fato de termos a agressividade ao nosso lado, ou agirmos sendo levados pela raiva. Esses dois pontos podem facilmente ser confundidos.
Note que sabendo trabalhar nossa agressividade, teremos a adrenalina ao nosso lado, que será aumentada pelo nosso corpo, potencializando nossas qualidades e possibilitando sairmos o mais rápido possível de uma situação de risco. Por outro lado, a raiva nos força a diminuirmos nosso campo de visão, colocarmos tudo em nossa ofensiva (sem pensar claramente), abrindo assim diversas brechas para o nosso adversário.

Para falar sobre adrenalina, gosto de dar exemplo sobre lutadores profissionais, que tendem a ter seu nível de adrenalina melhor controlado, em consequência da pressão do próprio treinamento. Característica que muitos praticantes marciais não compartilham, até porque deve ser levado em consideração que quanto maior a pressão no treino, maior a probabilidade de lesão.  (Praticantes marciais não treinam para um determinado momento)


Segue outro video, esse exemplificando como manter a calma e trabalhar com a agressividade a seu favor. (Após um inicio dentro da curta distância onde o aluno de maior peso tinha evidente vantagem, o aluno de graduação preta buscou o espaço necessário para aplicar suas melhores características, com velocidade e controle da distância do combate)
Por fim, deixo uma curta mensagem para que se tenha em mente, use a adrenalina a seu favor, no entanto, se estiver com raiva, respire, se acalme, ou peça para não continuar o combate, se assim for possível. 

2 Comments

  • by André M
    Posted 23/12/2016 12:13 0Likes

    Vc está certo, Thiago. Quando um agressor tem a intenção de atacar, o karate já funciona como resposta a essa agressão. Na verdade, as pessoas não sabem a origem da expressão karate ni sente nashi (no karate não há vantagem em atacar primeiro), mas ela foi cunhada pelo mestre Itoso e se direcionava aos próprios praticantes de karate, pois a vida era muito preciosa e pertencia ao imperador. Ou seja, se não há vantagem em atacar primeiro, dois praticantes de karate não iriam se agredir, pois ninguém lançaria o primeiro ataque, dessa forma suas vidas estariam preservadas para, quando convocados para o serviço militar, doarem-nas em prol do imperador e da nação. Veja que é uma expressão localizada historicamente, e se aplica a um contexto específico.

    Um abraço,

    André

  • by Thiago Costa
    Posted 23/12/2016 13:50 0Likes

    Ótima referência André, obrigado!